Terça, 14 de novembro de 2017

(Sb 2,23—3,9; Sl 33[34]; Lc 17,7-10) 
32ª Semana do Tempo Comum.

Nos salmos que rezamos tentamos contemplar e interiorizar, a partir das palavras do salmista, na nossa própria alma, como se o lêssemos a partir de nossa experiência pessoal. Uma primeira pista de como rezar os salmos imprecatórios: “Os sentimentos de vingança, ódio ou rancor que se refletem naquelas frases, entendidas de acordo com seu teor literal, não serão precisamente aqueles que nosso coração abriga? Ao invés de resistir em rezar aquele salmo, ou aquele versículo, considerando-o pouco cristão e, portanto, indigno de nossa alta perfeição, por acossa não deveríamos dizer de maneira mais profunda, tornando-o nosso, como confissão de nosso pouco amor, e deste modo pedir a Deus que nos perdoe e nos dê mais caridades para com o próximo?” (Hilar Raguer – Para Compreender os Salmos – Loyola).

Ainda falando da ação interior da sabedoria no ser humano, o autor lembra que Deus não se deixa impressionar por grandezas exteriores, particularmente dos soberanos. Todo poder vem de Deus, por isso todos se lembrem que estão a serviço do Senhor e por consequências, dos pobres desse mundo. O nosso salmo 82 (vv. 3-4.6-7) apela para o devido cuidado para com eles. Atribuído a Asafe que luta contra a exploração e o abuso de poder contra os pobres e vulneráveis da sociedade. Um salmo de sabedoria. “O que deveria levar todos os líderes civis a pararem com a injustiça é a percepção de que Deus está examinando cuidadosamente todas as decisões que o líder ou juiz toma. Deus procura compaixão, misericórdia e defesa dos mais vulneráveis ao ataque ou à exploração” (Douglas Connelly - Guia Fácil para entender Salmos - Thomas Nelson Brasil). 


 Pe. João Bosco Vieira Leite