Sexta, 10 de novembro de 2017

(Rm 15,14-21; Sl 97[98]; Lc 16,1-8) 
31ª Semana do Tempo Comum.

“É bastante significativo o fato de que, como prólogo a todo o livro de orações de Israel, tenha sido anteposto o Salmo 1, que proclama a bem-aventurança daquele que deixa o caminho dos pecadores (os que vivem sem a Lei) e ‘é na Lei de Javé que põe seu deleite, e nela medita dia e noite!’ O israelita piedoso tem fome e sede de conhecer e cumprir esta Lei, como forma de conhecer e amar a Deus: ‘Mostra-me, ó Javé, os teus caminhos, ensina-me os teus roteiros. Encaminha-me na tua verdade e me ensina, pois Tu és o Deus que sempre salva’ (25,4-5). O tratamento dado à Lei nestes salmos tão pessoais é um prelúdio da nova aliança, cuja característica, segundo os profetas, deverá ser a interiorização da Lei, que não será apenas cumprida ou suportada (quando não violada), mas entendida e ardentemente desejada, fonte de felicidade em seu próprio cumprimento (cf. Ez 36,27; Jr 31,33-34)” (Hilar Raguer – Para Compreender os Salmos – Loyola).

Se Paulo foi um instrumento de Deus para fazer chegar a salvação aos pagãos, o salmo 98 (vv. 1-4b) canta justamente o modo como Deus fez chegar a Sua salvação (“vitória” – em algumas traduções) a todos os povos, por isso canta ao Senhor um canto novo. “O acontecer salvífico do passado e do futuro se concentra na ‘representação’ do culto festivo (vv. 1-3.9) para formar um único ato salvífico sagrado e eficaz, que o hino da comunidade reflete com viveza. Dividido em três estrofes, o hino litúrgico fala nos vv. 1-3 dos atos prodigiosos de Iahweh, nos vv. 7-9 conclama o mundo, e nos vv. 7-9 a natureza a prestar homenagem a Deus em seu advento com gritos de grande júbilo” (Artur Weiser – Os Salmos – Paulus).


 Pe. João Bosco Vieira Leite