Segunda, 13 de novembro de 2017

(Sb 1,1-7; Sl 138[139]; Lc 17,1-6) 
32ª Semana do Tempo Comum.

Uma das maiores dificuldades para os que desejam rezar com os salmos, são os chamados salmos imprecatórios. Chamamos os assim os salmos que contêm imprecações, ou seja, maldições, desejo que algo de ruim aconteça a alguém; tomados assim, cruamente nos lembram ritos de bruxaria ou magia. Nessa esteira encontramos três salmos mais diretamente inseridos nessa categoria: Sl 58, 83 e 109; os versículos encontrados em outros salmos comumente são omitidos na liturgia da palavra, mas não são omitidos para aqueles que fazem a Liturgia das Horas. Não se trata de uma censura da Igreja à Bíblia, pois o magistério não está acima da Palavra de Deus, a Igreja quer oferecer o melhor em termos de oração e ajudar na espiritualidade do nosso povo e no mais a deficiente formação bíblica e litúrgica do mesmo aconselhou unificar e não dispersar.

A primeira leitura desse dia é uma continuidade da reflexão sobre a sabedoria como dom divino para quem a busca. Ela mesma perscruta o íntimo do homem a respeito de seus sentimentos para com Deus, por isso o salmo 139 (vv. 1-10) vem casar-se com o contexto de oração com que nos colocamos diante da Palavra. “O salmo 139 é a magistral descrição que Davi faz das profundezas do conhecimento de Deus e da amplitude da presença de Deus. Ele não escreveu isso, no entanto, como um discurso teológico seco sobre determinados atributos do caráter de Deus. Davi escreveu-o de modo muito pessoal. Esse salmo é sobre o conhecimento que Deus tem de mim. É a história do foco de Deus em cada um de nós como indivíduos. É uma declaração de que estamos na mente de Deus, em seus pensamentos, cercados por seus cuidados, perto do seu coração” (Douglas Connelly - Guia Fácil para entender Salmos - Thomas Nelson Brasil).


 Pe. João Bosco Vieira Leite