Quinta, 16 de novembro de 2017

(Sb 7,22—8,1; Sl 118[119]; Lc 17,20-25) 
32ª Semana do Tempo Comum.

Na linguagem de alguns salmos imprecatórios reflete-se a sede de justiça que existe em todos os tempos. O ser humano embrutecido pela carência dos recursos mais elementares tem dificuldade de elevar seu pensamento a Deus e sua linguagem pode ser bastante pesada como expressão do seu sentimento. “Imaginemos que apanhamos o Saltério que recebemos devotamente da Igreja e começamos a suprimir os salmos imprecatórios. O que? Há homens que sofrem? Pois isso não me interessa. Eu vou à Igreja ao encontro do divino Mestre, do doce Jesus que me fala ao coração. Quanto ao resto, pouco me importa. Não só não me interessa como me incomoda. Vamos recortar o Saltério, que foi mal construído. O Espírito Santo se distraiu e deixou que ali entrassem de contrabando tantos salmos. Os salmos que se preocupam com o próximo, com os oprimidos, com os explorados, estão fora de lugar... Ficaremos só com os salmos bonitos, os salmos doces, nos quais brilha o sol e ecoam a flauta e o pandeiro” (Luis Alonso Schokel IN Hilar Raguer – Para Compreender os Salmos – Loyola).

A sabedoria, descrita em suas qualidades, é aqui relacionada à Palavra de Deus com o salmo 119 (vv. 89-91.130.135.175). “Estes versículos fazem parte de um longo salmo alfabético (cada uma das vinte e duas estrofes começa com uma letra do alfabeto hebraico), que contém um hino de ação de graças ao Senhor pela dádiva da Torá. O salmista louva a estabilidade e a fidelidade da Palavra, pedindo para si mesmo a luz do ensinamento e uma vida de louvor” (Giuseppe Casarin – Lecionário Comentado – Paulus).


  Pe. João Bosco Vieira Leite