Quarta, 22 de novembro de 2017

(2Mc 7,1.20-31; Sl 16[17]; Lc 19,11-28) 
33ª Semana do Tempo Comum.

Um testemunho do Pe. J. Y. Congar sobre a força dos salmos, para seus irmãos sacerdotes: “Aquele que escreve as páginas que seguem tem uma consciência bastante clara de como dirigir-se aos homens, seus irmãos, que se encontram no meio de sofrimentos e dificuldades algumas vezes extremas, enquanto ele se encontra seguro, mergulhado em trabalho interessante, louvado por outros homens, respeitado como se já tivesse conseguido o triunfo. No entanto, aquele que escreve lhes entrega a sinceridade absoluta de sua alma. Ele também conheceu horas difíceis, a oposição, a desconfiança, a solidão e inclusive o desterro. Experimentou a tentação de acreditar que a noite jamais acabaria. Só conseguiu ‘manter-se de pé’ pela invencível esperança que a oração dos salmos colocava a cada dia em seu coração, e sobre seus lábios. Em última instância, só conseguiu sair da noite pela misericórdia de Deus, depois de ter aceito ser reduzido a nada, não sobressair em coisa alguma” (Hilar Raguer – Para Compreender os Salmos – Loyola).

Para expressar, como oração, o martírio relatado na primeira leitura, a liturgia nos oferece o salmo Sl 17 (vv. 1.5-6.8-9.15). Os inimigos de Davi se fortaleceram e então ele eleva sua oração, já que nem tudo depende dele. “Davi pede a Deus ação, não apenas palavras. Ele queria que seus inimigos fossem removidos. Davi orou com fé de que Deus ouviria e efetivamente interviria em seu favor. Quando foi a última vez que você orou dessa forma? Se você mantiver sua vida pura e honesta, inimigos se levantarão e tentarão derrubá-lo. Não se vingue. Fale deles para Deus e, então, veja a justiça divina em ação” (Douglas Connelly - Guia Fácil para entender Salmos - Thomas Nelson Brasil). 


 Pe. João Bosco Vieira Leite