Quarta, 15 de novembro de 2017

(Sb 6,1-11; Sl 81[82]; Lc 17,11-19) 
32ª Semana do Tempo Comum.

A linguagem forte e violenta de alguns salmos pode nos assustar e considerar a sua origem de uma cultura primitiva, de uma sociedade cruel, mas mesmo com toda nossa evolução humana, podemos considerar nossa sociedade menos violenta e assustadora? Pense no aborto, com toda a sua maquiagem; nos que morrem de fome diante da indiferença de tantas nações opulentas? E as guerras espalhadas pelo mundo com tantas vítimas e particularmente crianças? “Mas atenção: não se trata de colocar a culpa por tudo isso sobre certos estados e determinados governantes. Na verdade, somos corresponsáveis e solidários com o mal no mundo, e nós, os cristãos, o somos de modo especial. Somos particularmente responsáveis pelo fato de até na Igreja, e nas comunidades que a constituem, imperar uma caridade menos perfeita. Com os versículos de que estamos falando, certamente nos confessaremos responsáveis pela parte de culpa que temos no mal do mundo e nos males da Igreja” (Hilar Raguer – Para Compreender os Salmos – Loyola).

Fragmentos do salmo 82 (vv. 3-4.6-7) complementam a reflexão do autor do livro da Sabedoria sobre os poderosos e sua responsabilidade diante do que lhe foi confiado.  “O cenário do salmo é o de uma corte celeste. Deus julga as obras dos deuses, encarregados de guardar justiça entre os homens. Acusa-os de não terem cumprido o seu dever e condena-os à morte (v. 7). De agora em diante será Ele o único juiz, o Senhor de Israel, o único Deus” (Giuseppe Casarin – Lecionário Comentado – Paulus).


 Pe. João Bosco Vieira Leite