32º Domingo do Tempo Comum – Ano A

(Sb 6,12-16; Sl 62[63]; 1Ts 4,13-18; Mt 25,1-13)

1. Em todos os tempos nos chamam a atenção aqueles que possuem uma sabedoria sobre as coisas da vida, que escrevem ou dizem coisas que nos fazem pensar e ponderar o estilo de vida que levamos. No mundo bíblico ela também é muito apreciada e alguns livros se dedicam a reproduzir o pensamento desses homens sábios, como Salomão.

2. Trata-se da arte de bem viver a partir de atitudes prudentes, controlando os próprios instintos, ponderando suas ações e procurando a humildade e a modéstia. Para o autor sagrado tudo isso é dom de Deus. Na primeira leitura ela é pintada com ares femininos. Para quem a procura, ela se antecipa. E este gozará de grande paz. Um convite para que também a busquemos ou desejemos.

3. O texto da 2ª leitura está bem situado nesse mês de novembro em que recordamos os nossos falecidos. A comunidade de Tessalônica andava inquieta quanto ao destino dos mesmos. Tal inquietação estava associada a uma expectativa pela vinda eminente de Cristo e Paulo recorre a algumas imagens para lhes aquietar o coração.

4. Paulo lembra que pelo Batismo estes estão associados ao próprio mistério da ressurreição. Vivos ou mortos, estaremos sempre com Cristo.

5. Se as imagens usadas por Paulo geram um certo impacto e despertam a imaginação, a parábola contada por Jesus também carrega na tinta em sua narrativa, gerando certa apreensão. Sem nos perdermos no mundo de interpretações possíveis da mesma, tentemos captar o seu significado ou a sua mensagem.

6. A volta de Cristo serve como base para a narrativa apresentada por Mateus, uma questão sempre presente desde os primórdios da Igreja. O tema da vigilância aparece em nossa liturgia no começo e no fim do ano litúrgico, ligando essa mesma realidade que meditamos a cada ano.

7. Tudo isso é uma chamada de conscientização dos cristãos para que não se percam no rumo das coisas do mundo, mas sejam sábios, vigilantes e prudentes. O azeite com que alimentamos nossa lamparina pode não ser suficiente para a longa espera que a vida nos submete.

8. Diferentemente de Lucas que trata da misericórdia de Jesus para com o bom ladrão, de última hora, Mateus diz que o resultado final tem que ser construído ao longo do caminho, pois como não se sabe quando e não dá para improvisar. Assim ele nos convida a uma certa seriedade nas escolhas que devemos fazer.

9. Se a vigilância parece sugerir algo para o futuro, o próprio Mateus nos dirá de hoje a quinze dias que ele também já se encontra em nosso meio. O que nos prepara para um encontro futuro é a descoberta de sua presença em nosso meio em situações e presenças que nos desafiam e nos convidam a sairmos de nós mesmos.


 Pe. João Bosco Vieira Leite