Sexta, 16 de junho de 2017

(2Cor 4,7-15; Sl 115[116B]; Mt 5,27-32) 
10ª Semana do Tempo Comum.

Na imagem do ‘vaso de barro’, Paulo resume a fragilidade do ministério apostólico que se dispôs colocar como reflexão. Mas essa pobreza traz em si algo de rico e grande que é confiado pelo próprio Deus. Assim ele trabalha os opostos, mostrando como Deus, mesmo em meio às dificuldades do ministério, não abandona aqueles que a Ele se entregam numa atitude de humilde reconhecimento de suas limitações, mas honesto desejo de servir. A fidelidade passa pelo caminho da provação, nos lembra o salmista. Jesus joga com duas coisas importantes que dizem respeito aos relacionamentos: a questão do desejo e do divórcio, aqui tratado sem exceções: “O caminho para a vida verdadeira em Deus comporta um caminho difícil, pois é radical, sem cedências a objetivos indignos de uma sequela vivificada na presença do Senhor. Assim, o texto de hoje do Evangelho não só proíbe absolutamente que se possa faltar à fidelidade conjugal, mesmo só com o coração, mas com uma linguagem abertamente paradoxal exalta a salvação integral do homem, muito para além da preservação da integridade do corpo: pode ser necessário perder alguma coisa de si para não perder a si mesmo. Isto diz-nos claramente que a finalidade autêntica da vida não é, na realidade, um ‘bem estar’ obtido à força de gratificações, mas a persecução de um valor que transcende e pelo qual vale ainda a pena sacrificar muito” (Giuseppe Casarin - Lecionário Comentado - Paulus).  
  
Pe. João Bosco Vieira Leite