11º Domingo do Tempo Comum

(Ex 19,2-6a; Sl 99[100]; Rm 5,6-11; Mt 9,36—10,8).

1. Nessa retomada do Tempo Comum, perdemos dois domingos na sequência de leitura que fazemos nesse ano do evangelho de Mateus, ambos ligados a questão do discipulado que se apresenta também hoje.

2. A liturgia parte do próprio chamado que Deus faz a seu povo para que caminhe na sua presença. Esse caminhar consiste na fidelidade a aliança e na busca da santidade. Esses dois princípios partem do próprio Deus, que é fiel ao seu povo e que é Santo, a fidelidade e a busca de santidade caminham juntas para fazer da vida desse povo um serviço a Deus (sacerdócio).

3. Correndo por fora dessa temática, mas não completamente, vem Paulo com sua carta aos Romanos, cuja leitura teve início nesses domingos anteriores que ficaram de fora da nossa leitura. Mesmo considerada o evangelho de Paulo, a carta não é de fácil leitura, mas traz temas importantes para a compreensão da fé cristã.

4. A justiça de Deus se expressa na sua fidelidade em salvar o ser humano. Para Paulo, o primeiro passo da nossa salvação está na fé e não nas obras. Ainda que o pecado persista em nós, não perdemos a esperança, pois esta se assenta na fidelidade divina em levar a êxito sua obra salvífica.  

5. A maior prova disso, diz Paulo, foi o fato de ter nos dado o seu Filho, quando éramos seus inimigos, agora que o conhecemos pela fé, muito mais compreendemos seu amor e sua insistência em nos salvar.

6. Quando Deus desejou que seu povo fosse uma nação santa, seu objetivo era também um testemunho diante do mundo. É dentro dessa perspectiva que podemos compreender a escolha e o envio dos Apóstolos. Doze é símbolo da totalidade, quanto mais comprometidos estivermos com o Reino, mais ele se fará sentir.

7. A nossa oração não é por mais padres e religiosos. É por corações mais generosos e dispostos a servir. Só Deus pode vencer em nós a resistência do egoísmo e do fechamento, por isso a oração. Jesus orienta os seus apóstolos para que trabalhem em favor do povo, que se encontra esquecido, tanto pelas autoridades políticas como religiosas do seu tempo.

8. É como se Jesus estivesse dando início a um movimento de restauração do seu povo, começando com esse pequeno grupo que representa as doze tribos de Israel. O que eles devem fazer? O mesmo que fez Jesus: lutar contra tudo aquilo que destrói a vida humana seja no aspecto físico seja espiritual. Que eles reproduzam o que aprenderam com o Mestre.

9. A santidade da vida cristã consistirá na capacidade de servir de alguma forma a humanidade. Tendo em vista essa realidade, podemos compreender essa insistência da Igreja em nos apresentar tantos homens e mulheres que se destacaram na diversidade dos dons que lhes foram confiados. E nós, em que ou como estamos buscando servir?


Pe. João Bosco Vieira Leite