Quarta, 19 de outubro de 2016

(Ef 3,2-12; Sl Is 12; Lc 12,39-48)
29ª Semana do Tempo Comum.

“Ao ler-me, podeis conhecer a percepção que eu tenho do mistério de Cristo”, diz Paulo no texto de hoje e a sua percepção é a base da teologia católica no que diz respeito ao próprio Jesus e aos elementos morais. Paulo liga essas duas pontas da história: o passado e o presente na revelação do mistério de Cristo que está para além da própria compreensão judaica do mistério salvífico. O apóstolo se sente agraciado de poder intuir e revelar esse mistério escondido: “Em Cristo nós temos, pela fé nele, a liberdade de nos aproximarmos de Deus com toda a confiança”. Amém.

Retorna o tema da vigilância por essa imagem de Lucas, a partir de duas parábolas: O ladrão que não avisa (para todos) e o patrão que chega de repente (para os discípulos e dirigentes). Já abordamos esse texto no contexto da nossa liturgia dominical esse ano. Lembremo-nos de não nos determos nos pormenores da mesma. “É salutar escutar as palavras do Evangelho sobre a vinda escatológica do Senhor. Elas, de fato, são um forte antídoto a uma vida (ou uma religiosidade) escondida no presente, satisfeita com as próprias aquisições e realizações, incapaz de reconhecer o excedente da obra de Deus a respeito das nossas atividades quotidianas, igualmente importantes. Ao mesmo tempo deve ser considerada absolutamente alheia ao Evangelho uma religiosidade impregnada, de especulações insensatas sobre o futuro, alimentada por pseudo-visões centralizadas sobre o conhecimento de pormenores que dizem respeito ao que há de vir” (Giuseppe Casarin,Lecionário Comentado, Paulus).


Pe. João Bosco Vieira Leite