Segunda, 05 de setembro de 2016

(1Cor 5,1-8; Sl 5; Lc 6,6-11) 
23ª Semana do Tempo Comum.

Paulo se vê diante de um caso incomum: alguém está vivendo maritalmente com a própria madrasta. Num primeiro momento Paulo pede uma mudança de comportamento; depois o afastamento da comunidade para que seu estilo de vida não inspire outros a pensar que está tudo bem. Pode nos soar um tanto forte as palavras do apóstolo, mas para uma comunidade que está dando os seus primeiros passos o zelo do apóstolo não podia ser melhor para que não comece, mas algo que tem um fim excelso: a vida de comunhão com Deus que exige pureza também nas atitudes.

Jesus cura um homem cuja mão direita está atrofiada (seca), isso não seria problema se não fosse um sábado. Mas Jesus coloca o homem no centro e desafia aqueles que o observam a perceber a verdadeira vontade de Deus; “Quando Jesus cura o homem, ele o restabelece assim como Deus o criou, na sua beleza original e na sua bondade. Por isso as curas mais importantes, em Lucas, acontecem no sábado, no dia em que Deus descansou da sua Criação. Mas existe ainda um outro motivo pelo qual Lucas coloca as curas sabáticas no centro de sua teologia da cura. No domingo os cristãos se reúnem para partir o pão em comunidade e para celebrar, no culto, aquele que outrora, na história, curou e reergueu os doentes. Na liturgia, a atuação sanadora de Jesus se torna presente. Por isso Lucas nos diz que o povo reagiu à cura do paralítico com as palavras: ‘hoje vimos coisas maravilhosas’ (Lc 5,26). O que aconteceu então acontece ‘hoje’, quando os cristãos se reúnem no culto dominical. A Eucaristia é o momento de cura. E a leitura, a meditação sobre a narrativa evangélica podem se tornar o momento em que nós, como leitores, nos tornamos participantes da cena da cura, que Lucas, com as suas palavras, nos coloca diante dos olhos” (Anselm Grun – Jesus, modelo do ser humano – Loyola).


 Pe. João Bosco Vieira Leite