Quinta, 08 de setembro de 2016

(Mq 5,1-4; Sl 70[71]; 12[13]; Mt 1,1-16.18-23) 
Natividade de Nossa Senhora

Para o dia de hoje, veja o comentário litúrgico do ano anterior. Nesse dia em que celebramos a festa do nosso pequeno santuário dedicado a Nossa Senhora Menina (Lagarto também celebra sua padroeira, se não me falha a memória – N. Sra. da Piedade - e Curitiba, sob o título de N. Sra. da Luz) gostaria de reproduzir esse texto que considerei bem construído e pertinente para nossa compreensão dessa festa: “Os momentos principais na vida Virgem são comemorados pela Igreja (tanto no Ocidente como no Oriente) com solenidades litúrgicas, no decurso do ano. Neste dia se celebra o seu nascimento. O nascimento de Maria resume a longa preparação e o início da realização da promessa messiânica. Em Maria, filha do povo de Israel, o amor de Deus se projeta sobre toda a humanidade. Nesse projeto divino ela é a conexão entre o antigo e o novo pacto. Maria foi concebida como todos os filhos de Adão, mediante a relação conjugal dos seus genitores. Só Jesus fará exceção à ordem da natureza. Maria viu a luz neste mundo conforme esta ordem, se bem que nela houvesse a plenitude da graça desde o primeiro instante da concepção. Mas o olhar da menina Maria, diz Bernanos, ‘é o único verdadeiramente infantil, o único olhar de criança que jamais se levantou sobre nossa vergonha... Olhar inconcebível, inexprimível, que a torna mais jovem que o pecado, mais jovem do que a estirpe da qual saiu’. Por ser Deus quem se refletia naquele olhar de menina, este era imensamente superior ao de todos os outros santos. Uma santidade em crescendo, como será a de seu divino Filho, que ‘crescia em idade e graça’ mediante aquela aceleração no progresso espiritual – como diz são Tomás – semelhante à lei da queda do corpo no vácuo. Isso porque quanto mais uma alma caminha para Deus, mais celeremente Deus a atrai. Essa menina é ,pois, o verdadeiro protótipo da criação, como tinha saído de suas mãos ‘na aurora de seu esplendor original’. E neste dia a Igreja universal se curva, em reverente contemplação, sobre o berço de Maria menina, para admirar nela a intata beleza da qual era revestida a criatura antes do pecado” (Mario Sgarbosa – Os Santos e os beatos da Igreja do Ocidente e do Oriente – Paulinas). 

Pe. João Bosco Vieira Leite