Quarta, 7 de setembro de 2016

(1Cor 7,25-31; Sl 44[45]; Lc 6,20-26) 
23ª Semana Comum.

Olhando assim, grosso modo, o conselho do apóstolo quanto ao matrimônio soa um pouco estranho, como se, indiretamente, ele exaltasse a vida celibatária. Me parece que não se trata disso, mas de uma visão do tempo presente a partir da vinda de Cristo e daquilo que nos ensinou. Com relação à vida eterna, tudo é relativo, inclusive os laços afetivos que construímos. É claro que não podemos amar como se não amássemos. A questão é não prender o coração, deixa-lo livre para a hora de seguir o Esposo e entrar com Ele para as núpcias, nos inspira o salmo nessa imagem.

As bem aventuranças em Lucas aparecem de modo mais breve e seguidas de uma série de advertências pontuais para aqueles que não as abraçam, no sentido na necessidade de Deus em nossa vida, de um modo geral. “Proclamando as bem aventuranças, Jesus não propõe uma religião que adormece a consciência dos pobres, dos aflitos, assegurando-lhes um futuro feliz. Ele nunca convidou a pensar apenas no depois, mas deu pão a quem tinha fome, consolou eficazmente os aflitos, acolheu os marginalizados, curou os doentes, jamais se vingou das rejeições ou ofensas recebidas. Proclamando ‘bem aventurados’ os pobres, Jesus revela que o Pai é sensível à dor, à pobreza do homem. Crer num Deus que vem sempre ao encontro dos pobres comporta que nos tornemos, também nós, sensíveis à pobreza do homem, tenhamos compaixão, entendida como participação na dor alheia” (Giuseppe Casarin – Lecionário Comentado – Paulus). 


 Pe. João Bosco Vieira Leite