Sexta, 29 de julho de 2016

(1Jo 4,7-16; Sl 33[34]; Jo 11,19-27) 
Santa Marta, discípula de Jesus.

Para celebrar a memória de Marta, a liturgia traz textos específicos. No primeiro momento somos recordados da dinâmica do amor fraterno como consequência desse amor a Deus.  Como não dizer que o amor de Marta ao próximo não esteja relacionado ao seu acolhimento a Jesus? A hospitalidade nos fala das relações que estabelecemos com o outro. A característica fundamental da hospitalidade é a acolhida e o reconhecimento do hóspede por parte do anfitrião. Hóspede pode ser qualquer pessoa, reconhecê-la como hóspede supõe dar um passo importante para o reconhecimento de todos os seres humanos como hóspedes virtuais.
A censura de Jesus a Marta, mesmo querendo acolher da melhor maneira possível, é porque esquece que toda caridade ou hospitalidade devem ser consequência da escuta da Palavra. A hospitalidade convencional tem seus limites, mas a hospitalidade profunda, recôndita, brota da escuta da Palavra de Deus. Todos devemos alimentar a hospitalidade de uns para com os outros, pois, como dizem as Escrituras judaico-cristãs, todos somos hóspedes nesta terra e não temos aqui morada permanente.
O evangelho de hoje não conclui bem o ocorrido, mas sabemos que Marta aprendeu a lição. No evangelho de João é ela que sai ao encontro de Jesus quando da morte do irmão. Entre eles trava-se um diálogo preciosíssimo onde se revela que ela compreendeu verdadeiramente o seu mistério. Compreendamos também nós os apelos que a Palavra de Deus nos faz sobre o verdadeiramente necessário. 

Pe. João Bosco Vieira Leite