Quarta-feira, 7 de outubro de 2015


(At 1,12-14; Sl Lc 1; Lc 1,26-38) 
Nossa Senhora do Rosário – Memória

A memória da Virgem do Rosário nos transporta a um domingo, dia 7 de outubro do ano 1571, quando nas águas de Lepanto, a insignificante frota cristã suplantou o exército turco, bem mais forte e numeroso. A inesperada vitória sobre o avança dos muçulmanos causou profunda impressão em todos e foi comemorada como fruto prodigioso da intervenção divina, obtida por intercessão de N. Senhora. Para perpetuar memória, em 1572, o papa dominicano são Pio V – que por ocasião dos combates havia exortado os fiéis a impetrarem o auxílio celeste com a reza do rosário – quis  instituir a “Comemoração da Bem-aventurada Virgem da Vitória”, fixando-lhe a data em 7 de outubro.

Toda a liturgia da palavra escolhida para essa memória gira em torno da oração. É Maria que junto com os apóstolos estão no cenáculo, em oração, à espera do Dom prometido. O salmo traz o magnificat, onde Lucas coloca nos lábios de Maria sua comunhão com toda prece que sobe ao longo da história da salvação àquele que a partir de instrumentos frágeis vem construindo a história da salvação. Por fim, é Maria que no recolhimento do seu coração, acolhe a mensagem do anjo sobre sua missão. É nesse estado de recolhimento (oração), ela pode refletir e responder positivamente ao chamado de Deus. Seria muito dizer que é na oração individual e comunitária que alimentamos nossa comunhão com Deus e nossa vida de fé?

“Se todos sabem o que é um rosário, somente os que gostam de rezá-lo com fé conhecem o segredo que encerra aquela sequência de ‘ave-marias’, em forma de cacho ao redor dos mistérios da nossa salvação, tendo ao centro a pessoa e a obra de Cristo. Os santuários marianos estão repletos de ave-marias: murmuradas ou gritadas, misturadas a esperança ou a desespero, frequentemente carregadas de necessidades materiais e espirituais, ou então leves por ‘graças recebidas’, elas espelham fielmente o íntimo de quem as pronuncia”. (Corrado Maggioni, in Maria na Igreja em oração – Paulus)




Pe. João Bosco Vieira Leite