Terça, 30 de agosto de 2016

(1Cor 2,10-16; Sl 144[145]; Lc 4,31-37) 
22ª Semana do Tempo Comum.

Paulo está chamando a atenção da comunidade para não confundir aquilo que julga conhecer com aquilo que realmente conhece: “portanto, se é verdade que só o Espírito de Deus pode conhecer as profundezas de Deus, é verdade também que o homem tendo um espírito diferente do divino, enquanto criatura limitada, não pode conhecer o que pertence a Deus. Existe por isso uma separação impreenchível entre mundo divino e mundo humano. Ao mesmo tempo, porém, a realidade da Encarnação e da Humanidade de Cristo torna conatural ao nosso mundo humano o pensamento de Deus, consentido ao nosso espírito natural abrir-se à ação do Espírito de Deus, que em Cristo se habituou ao homem” (Giuseppe Casarin – Lecionário Comentado – Paulus).

Esta semana iniciamos a leitura do evangelho de Lucas que nos acompanhará até o final do ano litúrgico. O texto do seu evangelho tem complemento e prolongação nos livros dos Atos dos Apóstolos, também de sua autoria. Muita coisa poderia se dizer desse autor, mas ao longo dessas últimas semanas nós o iremos conhecendo um pouco. O texto que não ouvimos por causa da memória do Batista trata do início de sua missão com a pregação na sinagoga de Nazaré, que já é para nós uma apresentação de Jesus, no qual se realiza e se torna visível toda palavra profética. No texto de hoje, sua autoridade é reconhecida até pelo demônio, causando grande impacto sobre as pessoas ali presentes e assim se expande a sua fama. Sua palavra é capaz de dominar as forças destruidoras do homem. “...Palavra proclamada, que toca as pessoas e sabe ir ao coração das coisas, porque sabe chamá-las pelo nome. O ensinamento do Mestre tem o carisma da verdade, que se revela na eficácia de uma escuta atenta e penetrante” (Giuseppe Casarin – Lecionário Comentado – Paulus).

Aquele que melhor retratou a Virgem, sabe dos efeitos que uma escuta atenta e meditada da Palavra pode provocar numa vida.


 Pe. João Bosco Vieira Leite