Sexta, 12 de agosto de 2016

(Ez 16,1-15.60.63; Sl Is 12; Mt 19,3-12) 
19ª Semana do Tempo Comum.

Descrevendo o desenvolvimento de uma menina desde o seu nascimento, o profeta mostra como Deus cuidou de sua noiva (Jerusalém) desde sempre até a sua prostituição. Um texto profundamente carregado de simbolismo e detalhes culturais. De enjeitada à rainha, Ezequiel chama o seu povo a responsabilidade de seus atos ao ter abandonado Deus para seguir outros deuses. O exílio é apenas consequência desse modo contínuo de rejeitar ou não considerar os cuidados de Deus para com seu povo. Como Israel, somos convidados a perceber esses cuidados de Deus e indagar qual tem sido a nossa resposta.

E por falar em relação amorosa, Mateus traz o texto clássico do posicionamento de Jesus com relação ao divórcio praticado em seu tempo diante de uma pergunta cheia de ambiguidade; Jesus estende seu comentário à condição daqueles que fizeram a opção pelo reino e são convidados a viver uma outra forma de amor: “Jesus enfrenta problemas que são da vida de todos os dias. Evidentemente no Seu tempo, tal como hoje, o tema da relação afetiva e matrimonial entre o homem e a mulher era motivo de muitas preocupações. A pergunta ao longo dos séculos não muda: por que é que o homem e a mulher, uma vez casados, devem permanecer juntos toda a vida, fiéis ao seu pacto de amor? A resposta de Jesus é claríssima: porque para isto foram criados. Este é  plano primitivo de Deus a seu respeito. Como é que então os matrimônios continuam a desfazer-se? Jesus aponta a causa no coração endurecido do homem. [...]Respondendo depois à objeção dos discípulos, Jesus teve a oportunidade de falar de uma segunda via, ainda que nem todos compreendam as palavras que dirá. Aquele que as compreender deverá somente agradecer ao Senhor. O Reino de Deus exige o total empenho do homem. Pode exigir até a renúncia total ao matrimônio e a renúncia livre e permanente à realização da força sexual. A Igreja testemunhará ao longo dos séculos os grandes frutos do Reino de Deus produzidos por esta palavra” (Giuseppe Casarin – Lecionário Comentado - Paulus).


Pe. João Bosco Vieira Leite