Segunda, 29 de agosto de 2016

(Jr 1,17-19; Sl 70[71]; Mc 6,17-29) 
Martírio de São João Batista.

Celebramos a memória obrigatória do martírio do Precursor de Cristo; a data escolhida remonta à dedicação de uma cripta de Sebaste (na Samaria), onde sua cabeça era venerada (relíquia) já na metade do século IV. As orações da missa lembram a grandeza daquele que ‘é o maior entre os nascidos de mulher’ e que também é chamado de justo e santo. “A atualidade desse martírio pode ser vista na ligação indissolúvel, estabelecida por Jesus (cf. Mc 10,38; Lc 12,50), entre o batismo e sua morte sacrificial por nós. Ora, ‘o maior dentre os profetas, o mártir poderoso e o cultor do deserto, aquele que não manchou o cândido pudor’, como canta a primeira estrofe do hino das laudes (de Paulo Diácono), convida-nos a vivermos nosso batismo como uma oferta permanente da vida ao ponto de aceitarmos o sacrifício de nós mesmos” (Enzo Lodi - Os Santos do Calendário Romano – Paulus).

Na figura do profeta Jeremias recordamos a austeridade e a vocação profética de João perante as situações de injustiça do seu tempo que lhe custou o seu martírio conforme a narrativa do evangelho, depois de passar um tempo na cadeia; mas João era um homem livre, quem de fato estava preso era Herodes nas próprias paixões desordenadas. Não é à toa que ao ouvir João, Herodes se sentia embaraçado. A morte de João acaba servindo de alerta para Jesus, que busca afastar-se desse ditador, para ser levado precocemente ao tribunal, já que trazia a fama de ser o Messias. Peçamos ao Senhor, na memória desse martírio, o discernimento de espírito e a coragem necessária para denunciar toda a prepotência que tira a vida de tantos inocentes, em suas diversas formas. 


Pe. João Bosco Vieira Leite