Quarta, 03 de agosto de 2016

(Jr 31,1-7; Sl Jr 31; Mt 15,21-28) 
18ª Semana do Tempo Comum.

Jeremias canta a beleza e a alegria do retorno a Jerusalém, como um novo êxodo, depois da trágica experiência do cativeiro na Babilônia. Mas por trás de tudo isso está a fidelidade de Deus para com o seu povo, que restaura não só o templo, mas ao seu povo devolvendo-lhes motivações para seguirem adiante. O salmo, tirado do mesmo capítulo, complementa essa bela imagem.

Mateus nos oferece essa bela narrativa sobre a mulher cananeia e sua fé perseverante no diálogo com Jesus. Pode nos parecer estranho que Jesus use a expressão ‘cachorrinho’, mas os pagãos eram considerados como cães pelos judeus, tamanho era o preconceito. Isso nos dá uma ideia do quanto não foi fácil quebrar, na comunidade cristã, essa resistência aos pagãos. Mateus mostra como essa mulher foi capaz de ultrapassar qualquer preconceito para expor a situação de sua filha. Ela acredita na possibilidade, ainda que pequena ‘migalha’, de conseguir de Jesus alguma coisa. “De fato, o medo egoísta de perder espaços e recursos jugados de exclusiva posse pessoal ou coletiva, ou então o simples receio de quem é ‘diferente’ de nós levaram e levam a opções de encerramento e de entrincheiramento sociais evangelicamente injustificáveis. O amor evangélico deve levar a responder positivamente às exigências de quem precisa, fora e para além de cálculos mesquinhos e conveniências imediatas, mediante opções quotidianas praticáveis no interesse do bem comum. Jesus morre na Cruz por todos e o Seu amor não se mede segundo uma lógica setorial ou sectária. É oportuno que nos recordemos disto, todas as vezes que encontramos algum ‘cananeu’ que pede auxílio, e não somente quando corremos o risco de nos tornarmos ‘cananeus’” (Giuseppe Casarin – Lecionário Comentado - Paulus).

Pe. João Bosco Vieira Leite