Quarta, 24 de abril de 2024

(At 12,24—13,5; Sl 66[67]; Jo 12,44-50) 4ª Semana da Páscoa.

“Quem me rejeita e não aceita as minhas palavras já tem o seu juiz:

a palavra que eu falei julgará no último dia” Jo 12,48.

“Jesus ressuscitado é a luz colocada pelo Pai na história humana, para que ninguém fique vagando nas trevas. Mas, é preciso tomar uma decisão. Quem se decide por Cristo, coloca-se no caminho da salvação. A luz do Ressuscitado permite ao seguidor de Jesus detectar os empecilhos que o egoísmo coloca em seu caminho, para desviá-lo do amor e da justiça. Esta luz denuncia as artimanhas do mal que, enganando os incautos, tende a afastá-los de Deus. Ela possibilita vislumbrar a misericórdia do Pai que acolheu e ressuscitou Jesus e quer acolher a todos que nele crerem. Quem rejeita Jesus, toma o perigoso caminho do Julgamento. Por não ser capaz de dar à sua vida o rumo certo, deixará o mal tomar conta de seu coração, não permitindo que nele venha morar. Permanecerá insensível diante da injustiça. O sofrimento alheio lhe passará despercebido. Este centramento do próprio eu só pode gerar a morte. O Ressuscitado propõe-se a iluminar a vida de quem aceita deixar-se guiar por ele. Optar pela luz é optar pela vida e pela salvação. Escutar Jesus é deixar-se guiar pelo Pai que, por amor, nos oferece vida em plenitude. Por conseguinte, é loucura dar costas a Jesus e rejeitar suas palavras. Por meio dele, o Pai quer atrair a si toda a humanidade. – Senhor Jesus, ilumina o meu caminho com tua luz de Ressuscitado, para que eu caminhe com segurança em direção ao Pai” (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano B] - Paulinas).


 Pe. João Bosco Vieira Leite

 

Terça, 23 de abril de 2024

(At 11,19-26; Sl 86[87]; Jo 10,22-30) 4ª Semana da Páscoa.

“Eu e o Pai somos um” Jo 10,30.

“Neste texto, Jesus nos fala de sua mesma e idêntica natureza com o Pai. Existe uma só natureza divina, um só Deus, natureza única em três pessoas divinas: Pai e Filho e Espírito Santo. Jesus Cristo é a segunda pessoa da Santíssima Trindade: o Verbo, o Filho que assumiu a natureza humana sem deixar de ser Deus; por isso Jesus afirma que ele e o Pai são um: um só Deus na única natureza divina. Essa exposição de Jesus, apesar de sua profundidade, foi tão clara que os judeus entenderam bem que Jesus fazia-se e dizia-se Deus como o Pai, e exatamente por isso, porque entenderam que se arrogava a natureza e o poder divinos, tomaram suas palavras como uma blasfêmia e quiseram apedrejá-lo. As palavras de Jesus provam sua consubstancialidade com o Pai e, portanto, sua divindade” (Alfonso Milagro – O Evangelho meditado para cada dia do ano – Ave-Maria).

 Pe. João Bosco Vieira Leite

 

Segunda, 22 de abril de 2024

(At 11,1-18; Sl 41[42]; Jo 10,1-10) 4ª Semana da Páscoa.

“Em verdade, em verdade vos digo, quem não entra no redil das ovelhas pela porta, mas sobe por outro lugar é ladrão e assaltante. Quem entra pela porta é o pastor das ovelhas” Jo 10,1-2.

“Alguns biblistas acham que a alocução do pastor não está corretamente transmitida no evangelho de João. Por isso optam por uma remodelação completa desse texto. Prefiro, no entanto, acompanhar o parecer de Ludger Schenke, que considera o texto perfeitamente coerente em si mesmo. Na discussão com os fariseus, Jesus começa o seu discurso com um enigma (10,1-5). Na descrição dos hábitos pastoris fica óbvio que o pastor entra no redil pela porta e não pule a cerca, pois o porteiro conhece o pastor e abre a porta para ele. Só os ladrões e salteadores penetram no redil por outros lugares. Ladrão é aquele que furta com astúcia e dolo, enquanto os salteadores são imagens daqueles que se apresentam em nome de Deus, mas que não cuidam devidamente das pessoas às quais foram enviados. Abusando de sua missão, oprimem as pessoas às quais deveriam levar a mensagem de Deus. Esse perigo existiu tanto na história de Israel quanto na Igreja primitiva. É uma tentação também nos dias de hoje. São líderes que cometem abusos espirituais. Para João, tudo o que é óbvio se transforma em enigma que indica algo completamente diferente. Quem decifra o enigma é sábio. E o presente enigma só se resolve com uma compreensão correta de Jesus. Os ouvintes daquele tempo, e certamente também muitos leitores de hoje, não compreenderam ‘o alcance do que ele dizia’ (10,6). O evangelho de João não conhece propriamente parábolas, mas apenas alocuções em enigmas e palavras figurativas. Por meio de enigmas e imagens, Jesus aponta para o mistério do homem e para o mistério de Deus. A teologia mística de João que não trabalha com histórias como aquelas que Lucas, o grego, sabe contar tão bem, prefere as imagens que permitem vislumbrar o seu conteúdo enigmático” (Anselm Grüm – Jesus, porta para vida – Loyola).

Pe. João Bosco Vieira Leite